26/09/2016

O fundo do poço

Sabes que bateste no fundo do poço quando olhas à tua volta e só vês escuridão, não vislumbras nenhuma solução para os teus problemas, nenhum caminho a seguir para encontrares o teu futuro.
O fundo do poço é frio, escuro e solitário, no entanto por vezes pode ser “confortável” e desejares ficar lá. Uso as aspas porque não pode haver real conforto num sítio assim, mas é o conforto de pensar que, se já estás no fundo, nada mais te poderá afetar. O problema é que, além de essa não ser uma forma de vida, na realidade ainda podem acontecer muitas coisas desagradáveis, como deitarem lixo para o poço ou resolverem tapa-lo, soterrando-te nele para sempre.
Por isso, há que tentar sair do poço. O primeiro passo é recuperar da queda. Respirar, avaliar as consequências da queda e quais as possibilidades de saída.
Alguns poços, ainda que à primeira vista sejam aterradores e pareçam não ter fundo, são na realidade pouco profundos ou, mesmo sendo-o, têm uma escada de segurança que podes, com cuidado e tendo em conta eventuais ferimentos, subir por ti próprio, ao teu ritmo, mas com segurança e relativamente pouco esforço.
Outros têm uma corda que terás que trepar ou saliências na parede por onde escalar. É mais custoso, mais perigoso, mais sujeito a retrocessos, mas eventualmente é possível sair por meios próprios.
Mas se o poço não tem meios que facilitem a saída ou se estás demasiado ferido ou sem forças para sair do poço, ainda que te pareça que o devias fazer sozinho, não deves hesitar em gritar por socorro. Chama, grita até ficares rouco, mas não te deixes ficar no poço por achares que ninguém te virá socorrer. Sejam os teus amigos, que até já andavam desesperados à tua procura, sejam profissionais, se chamares irão aparecer e ajudar-te a sair do poço e a tratar das feridas.
Não te deixes ficar no fundo do poço por medo que não te ouçam ou que te achem pateta por teres caído. Luta e pede ajuda sempre que lutar sozinho não for suficiente!

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