23/05/2016

Conselhos do Avô

Meu querido Miguel
Quando leres esta carta, já há muito não estarei neste mundo. Aliás, como decerto já ouviste centenas de vezes, foi um milagre ainda cá estar para te receber, o meu primeiro neto.
No momento em que lês esta carta, és já um homem. Vinte anos! Interrogo-me o que terás feito neste tempo. Achei que era a altura certa para te transmitir os meus parcos conhecimentos e também para me conheceres melhor.
A vida afastou-me da tua avó e esse afastamento teve, como seria inevitável, consequências na relação com as minhas filhas. Tentei ser um pai presente, mas sei que muitas vezes falhei nesse meu propósito e que as desapontei. Por isso, o meu primeiro conselho é muito especifico: se tiveres filhos, lembra-te que eles precisam sempre de ti e de saber que os amas.
Os restantes conselhos são mais genéricos e podes lê-los em imensos livros e até nas redes sociais (ainda há Facebook ao fim de vinte anos?)
Lê muito – a ler aprende-se não só factos mas também que o mundo não é só aquilo que conhecemos.
Ouve os outros - podes sempre aprender algo ou ajudar alguém que precisava desabafar.
Ri-te o mais que possas, principalmente de ti mesmo. Não te leves demasiado a sério e procura o humor em todos os momentos da vida.
Chora quando tiveres que chorar, não tenhas vergonha de o fazer. Só não chora quem não sente.
Sê a melhor versão de ti mesmo. Não te amedrontes face aos desafios, enfrenta-os com consciência das tuas forças e dos teus limites. E, acima de tudo, sê feliz!
Era assim que eu queria ter vivido a minha vida. Falhei na maioria destas coisas, espero que estes conselhos te possam ajudar a não cometer os mesmos erros que eu.
O teu avô


Miguel

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